domingo, 13 de fevereiro de 2011
Curiosidade - Mosheh Rabeinu
Dia 7 de Adar, é a data de aniversário e de falecimento de Mosheh Rabeinu, Moisés, o maior profeta na história da humanidade. Mosheh nasceu no Egito, no dia 7 de Adar, no ano de 2368 (1393 AEC). Ele faleceu aos 120 anos, em 7 de Adar, no ano de 2488 (1273 AEC).
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
07/02/1947
Data da fundação oficial da Agência Judaica (Jewish Agency), organização mundial sediada em Israel. Seu principal objetivo é incentivar e auxiliar a emigração de judeus do mundo inteiro para Israel.
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O Retorno é inevitável.
Sempre acontece isso:
Do nada eu paro de postar e o blog fica meses sem sinal de vida. Mas minha vida é assim mesmo. Vez por outra começo a caminhar e quando percebo estou com os pés empoeirados de areia do deserto e olho ao redor não vejo nada que seja diferente de areia, até o momento de ver as maravilhas que só quem passa pelas dunas sabe. Sempre que retorno do deserto volto diferente.
Sempre, mas dessa vez retorno com o deserto dentro de mim. Incrível como é só fechar os olhos que sinto o vento e a areia batendo.
Então queridos, estou de volta das dunas.
Sente-se aqui comigo e vamos ceiar.
Marcelo Fintelman
Mordechai BenRoy BenFintel
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sábado, 13 de junho de 2009
O AZUL CELESTE DE TALIT - Um Conto
Há muito tempo atrás, havia um reino no qual permanecia a mesma dinastia há mais de dez séculos. A cada coroação, o novo rei vestia uma capa especial, a mesma que havia pertencido ao fundador da dinastia. Era feita de uma seda muito fina, tingida de um azul único, um azul celeste que não existia igual.
Colocava-se a capa sobre os ombros do novo soberano e ele era então aclamado pelo povo. Em seguida, a preciosa roupa era guardada num cofre dourado ate a próxima posse.
Mas, houve um rei que após quarenta anos de reinado, cansou-se do poder e resolveu abdicar a favor de seu filho. Um ano antes, ele construiu um novo palácio, enviou convites para os reinos vizinhos e fez preparar uma cerimonia grandiosa. Ele mandou que tirassem a capa do cofre dourado para que arejasse. Mas, para horror dos serviçais a capa estava toda rasgada pelas traças. O rei começou a tremer de medo pois ela era o símbolo de sua autoridade. Convocou seus ministros e chegaram a conclusão que precisavam fabricar uma outra capa com a mesma cor de azul tão marcante. caso contrario os inimigos do rei diriam que a dinastia havia acabado.
O rei chamou seus magos para que eles sugerissem como conseguir reproduzir a cor da capa. Todos O mais velho falou:
- Eu me lembro, ó Rei, de ter escutado quando criança, que a capa real era um presente dado pelos judeus há mais de mil anos. Eles certamente saberão preparar a tintura necessária.
O rei chamou os chefes da comunidade judaica e mostrou-lhes o que restara da capa. Exigiu que em menos de nove meses eles lhe trouxessem a tintura ou toda a comunidade seria condenada. E, deveriam manter segredo sobre o assunto para evitar retaliações.
Os chefes da comunidade judaica ficaram com medo. Eles sabiam que a capa fora oferecida há mil anos pelos seus irmãos, e sabiam que o azul celeste era o mesmo que a Torá manda utilizar nos chales de reza. Nos quatro cantos dos chales, há as franjas, os tzitziot, com nós que simbolizam as quatro letras do Nome Divino. Antigamente o fio mais longo das franjas era azul celeste, o tekhelet. Mas, o segredo da tintura perdera-se há séculos. Ninguém conhecia a planta ou a concha que a produzia. Os chales então eram feitos só de fios brancos. Os chefes da comunidade tentaram explicar isso ao rei, mas foi em vão. Encolerizado o rei exigiu que lhe trouxessem a tintura em nove meses. Os anciões se reuniram na sinagoga para discutir o assunto. Era imprescindível manter segredo para não semear o pânico na comunidade. Rabi Abraham, o mais velho, disse:
- Há muito tempo nós renunciamos a honrar o mandamento de tingir os tzitzit. Mas, agora é vital encontrarmos o segredo do azul celeste.
- Devemos descobrir onde achar esta famosa tintura. Lembro-me de ter lido no Talmud que o segredo vem da cidade de Louz, na Terra Santa, no local onde Jacob havia sonhado com a escada na qual os anjos subiam e desciam, disse o Rabi Isaac, que era muito querido na comunidade.
- Precisaremos de um ano para ir à Terra Santa e voltar. O rei nos deu nove meses, disse o mais novo, Rabi Jacob. Houve um longo e desesperado silencio. De repente, o rosto do Rabi Abraham se iluminou.
- Já é tempo que eu vos revele um segredo que está na minha família há séculos. Meu pai me fez jurar que eu só o revelaria se a comunidade corresse perigo de vida e isso pudesse salvá-la. Acho que é o caso hoje.
Todos prenderam a respiração.
- Existe um lenda muitoantiga de que quando chegar a era Messiânica, todos iremos para Jerusalém. Viajaremos pôr túneis subterrâneos que chegam diretamente a um lugar situado perto da cidade de Louz. Eu conheço a entrada de um dos túneis. Podemos chegar na Terra Santa em uma semana!
Ao ouvir essas palavras, um raio de esperança entrou em seus corações.
- Precisamos escolher duas pessoas para realizar essa missão, continuou o rabino. Eu sempre sonhei entrar neste túnel, mas a viagem é muito longa para um homem velho como eu e todo atraso será fatal. Eu guiarei os dois homens escolhidos até a entrada. Entretanto, ninguém poderá nos acompanhar pois o local deve permanecer secreto.
Estavam todos perplexos, perguntando-se quais seriam os escolhidos.
- Na minha infância, voltou a falar Rabbi Abraham, houve uma situação crítica semelhante a que estamos passando e devia se escolher alguém para nos representar perante o rei. Os anciões tinham se reunido nesta mesma sinagoga, à meia noite, com lua cheia. Eu estava escondido e presenciei tudo. Hoje também é lua cheia. Vamos todos para fora.
Saíram da sinagoga e o velho rabino indicou uma árvore que estava a certa distância de lá.
- Cada um de vocês deve se posicionar perto da árvore. Se a sombra de alguém atingir a porta da sinagoga é que seu coração é puro e ele esta destinado a nos representar. Naquela noite da minha infância, meu pai havia sido o escolhido e ele conseguira convencer o antigo rei a anular o decreto fatídico.
Um a um, eles se posicionaram perto da arvore. Mas, só as sombras de Rabbi Isaac e Rabbi Jacob atingiram a porta da sinagoga. Todos estavam surpresos: D-us havia designado aqueles que partiriam em missão.
Isaac e Jacob passaram a noite rezando. Ao amanhecer eles se despediram de suas famílias, sem nada revelar e se reencontraram com o velho rabino. Juntos atravessaram a floresta que cercava a capital. Chegaram a um pequeno rio que eles seguiram até ele desaparecer. Lá, imponente havia um alto e belo tamarindo, cheio de frutas.
- Atrás deste Tamarindo encontra-se a passagem subterrânea que chega na Terra Santa, disse Rabbi Abraham. Mas antes, encham vossos bolsos de tamarinas pois isso será vossa comida dentro do túnel. Nenhum outro alimento poderá sustentar vosso espirito. As tamarinas mais a água do rio que é extremamente pura vos bastará.
Os dois homens entraram no túnel com o pedaço da capa azul celeste, uma carta para o rabino de Louz e duas tochas apagadas. O velho rabino lhes disse que só almas puras poderiam entrar. Eles teriam que passar por mais um teste. Havia uma espada em chamas que lhes impedia a passagem. Se ela continuasse a girar quando eles se aproximassem eles não poderiam continuar. Se ela parasse, eles deveriam acender as tochas com o seu fogo que os guiará todo o caminho.
Rabi Isaac e Rabi Jacob entraram e a espada parou de rodar. Rapidamente acenderam as tochas e seguiram adiante. Imediatamente a espada voltou a girar; não havia mais volta possível.
Andaram por seis dias, embriagados pelo perfume sutil que havia no ar e atingiram uma caverna que parecia uma sala talhada na pedra. Na extremidade eles descobriram um tabernáculo de madeira e à sua frente havia uma pedra que parecia um púlpito. Sem hesitar, eles começaram a rezar. As palavras pareciam voar. Um coral acompanhava suas rezas.
Dia seguinte era shabat. Passaram o dia rezando e meditando. No dia seguinte eles continuaram a andar até que viram uma luz dourada que indicava a saída do túnel. Lá fora, eles beijaram o solo da Terra Santa. Viram um tamarindo ainda mais bonito que o outro e pegaram mais frutos avistaram uma cabana de madeira e um velho homem nela. Perguntaram-lhe o caminho para Louz. Ele os preveniu das dificuldades que encontrariam. Teriam que atravessar florestas e pântanos.
Os dois homens andaram até a exaustão. Suas roupas estavam em trapos quando eles alcançaram a cidade. Tudo lhes parecia muito medíocre. Procuraram pelo Rabino e lhes entregaram a carta de Rabi Abraham. Os dois mensageiros ficaram espantados de escutar o Rabino dizer:
- Meus amigos, vocês estão na cidade moderna de Louz. A que vocês procuram é mais antiga. Ela está localizada numa região selvagem e desértica. Só D-us poderá vos dar permissão de entrar. Em todo caso, quando vocês chegarem lá, lembrem-se: "A amendoeira não tem boca".
Os dois Rabinos ficaram intrigados com estas palavras e estavam esgotados e assustados com a idéia de atravessar o deserto. Mas, a idéia de que toda a comunidade corria perigo de vida encorajou-os a seguir em frente. Atravessaram a floresta, andando vários dias. Parecia que eles chegariam ao fim do mundo. Até que descobriram uma vasta clareira e altas muralhas. Certamente era a cidade de Louz. Com gritos de alegria eles entraram na clareira. Em frente a muralha viram uma amendoeira gigante mas não havia porta para atravessar a muralha. Três horas depois eles ainda estavam em frente a árvore sem ter achado a entrada. Eles estavam desesperados. De repente, olhando para a árvore, Rabi Isaac lembrou-se das palavras do Rabino: "A amendoeira não tem boca ". Os dois refletiram sobre o enigma, até que Rabi Jacob achou a solução:
- Lembre-se! exclamou ele. Em hebraico a palavra "amendoa" se diz louz que é também o nome da cidade. A árvore nos dará a chave do mistério. Observando a amendoeira eles perceberam que havia um lado oco. A abertura era grande o suficiente para deixar passar um homem.
Entraram no interior da árvore e viram que o tronco formava a soleira de uma gruta que levava a um túnel. Rapidamente eles estavam ao ar livre, no interior das muralhas. Finalmente haviam chegando a velha cidade de Louz!
A primeira vista, a cidade parecia muito comum, mas eles logo repararam que as pessoas eram extremamente velhas, certos homens tinham barbas tão compridas que tropeçavam nelas. Resolveram abordar um senhor que tinha o ar muito triste. Rabi Isaac perguntou-lhe porque estava abatido.
- Meu pai me castigou por eu ter adormecido no leito do meu avô e não ter ouvido quando ele me pediu um copo de água, respondeu o velhinho.
- Mas que idade você tem? perguntaram os dois estupefatos.
- Tenho 300 anos, meu pai tem 500, meu avô 800 anos e meu bisavô tem mil anos. Ele passa toda a semana dormindo e só acorda no Shabat.
- E o que você faz para sobreviver? perguntou Rabi Isaac.
- Fabrico a tinta azul celeste que se utiliza nas franjas dos chales de reza. Mas ninguém mais a encomenda e me sinto inútil.
Loucos de alegria, Isaac e Jacob resolveram contar toda a história. O velho ficou muito contente e encaminhou-os ao Rabino para que ele autorizasse a fabricação da tintura. Mas, o Rabino estava doente e não poderia receber ninguém. Oitocentos anos atrás um estrangeiro viera buscar a tintura e oferecera tamarinas para o Rabino. Recentemente o Rabino sentiu uma forte necessidade de comê-las e desde então adoeceu. E os habitantes de Louz não podiam sair da cidade para buscar as frutas, pois se saíssem não poderiam retornar.
Sorrindo, Rabi Jacob estendeu as frutas que tinha no bolso. Deram-nas para o Rabino que recuperou as forças. Ele leu a carta de Rabi Abraham e imediatamente ordenou que trouxessem uma garrafa de tintura. Rabi Jacob perguntou ao Rabino de Louz porque D-us dá a imortalidade aos habitantes da cidade.
- Ninguém sabe ao certo. Dizem que após o pecado de Adão e Eva, D-us quis excluir o Anjo da morte de um território. Quando D-us decretou que o homem voltaria a ser pó, decidiu que um osso chamado louz seria poupado. Este osso é a base da coluna vertebral e é a partir dele que o homem será ressuscitado. Aqueles que pensam que nossa vida eterna é uma benção dizem que Louz é uma das Portas do Céu. É por isso que Jacob sonhou aqui com uma escada que chegava ao céu. Mas outros pensam que nossa vida eterna é uma maldição e que a cidade é maldita pois quando Jacob tentou escapar de seu irmão Esau, as pessoas daqui se negaram a acolhê-lo e ele teve que fugir ao deserto.
- Maldição? se espantaram Rabi Isaac e Jacob.
- Sim, as pessoas podem se cansar de viver eternamente e elas deixam a cidade. Mas ninguém sabe o que acontece com elas. Pode ser que alguns se perderam e passaram a vida toda procurando o caminho de volta para cá. Pode também ser que o Anjo da Morte os atinge assim que eles saem das muralhas.
Finalmente o tintureiro voltou com a garrafa cheia do líquido azul celeste. Fora necessárias milhares de conchas para fabricar uma garrafa. A cor do líquido era igual a cor do retalho da capa. Eles precisavam partir. Fazendo o caminho inverso, os dois homens tiveram a impressão que o tempo voava! Na entrada do túnel eles reencontraram as tochas e uma semana mais tarde, estavam na sinagoga onde todos os Anciões os aguardavam rezando. Em 3 meses eles conseguiram cumprir a missão.
Imediatamente o rei mandou fazer em segredo uma nova capa idêntica a precedente. Contente e agradecido anulou o decreto contra a comunidade judaica e fez um novo decreto que visava proteger a comunidade enquanto durasse sua própria dinastia.
E, ainda sobrou tinta para colorir os 4 fios dos chales de reza, com os quais se fazem os nós que simbolizam o Nome divino.
Baseado no Conto de Colette Estin:
"La ville de Louz. Le bleu azur du talit"
Les cahiers du judaïsme.
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quinta-feira, 19 de março de 2009
sábado, 14 de março de 2009
Rashi
Rashi nasceu em Troyes, na França, em 1040. Seus comentários sobre a Torá, Profetas e Talmud são universalmente aceitos como o instrumento mais básico para a compreensão destes textos, tanto para escolares como para eruditos.
Numerosos outros comentários foram escritos com base em seus comentários. Em sua famosa obra "Palestras de Rashi", o Rebe demonstrou repetidas vezes como o estilo de Rashi, "o simples significado do texto" engloba muitas camadas de significado, resolvendo com freqüência dificuldades profundas no texto e apresentando interpretações inovadoras com uma simples escolha de palavras ou refraseando uma passagem midráshica.
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quarta-feira, 11 de março de 2009
Uma oração para D'us
Na noite solene em que inicia-se Yom Kipur e a prece de Col Nidrê é recitada, dirigiu-se à única sinagoga onde era possível ir à pé. Esta era exclusivamente composta de cantonistas - homens que haviam sido raptados pelas tropas do Czar para servirem no exército russo por um período de vinte e cinco anos. Apenas judeus que serviam o exército russo tinham permissão de viver na capital. Naturalmente, estes homens pouco sabiam, tendo passado a maior parte de suas vidas em áreas remotas do Império Russo.
Ao se aproximarem da prece de Col Nidrê, um velho cantonista levantou-se para falar aos homens presentes, do seguinte modo:
"Meus irmãos, todos sabemos que nesta época, os judeus voltam-se para D'us e Lhe pedem três coisas: filhos, vida e sustento. Pelo que rezaremos? Deveremos rezar por filhos? Claro que não - não podemos casar porque estamos no exército. Rezar pela vida? De que vale nossa vida?
Deveremos rezar pelo nosso sustento? Temos nossa comida fornecida pelo Czar. Dessa maneira, queridos irmãos, nada há pelo que devamos rezar e pedir para nós.
"Tudo aquilo pelo que podemos orar é que Yitgadal Veyitcadash Shemê Rabá! - Que o grande nome de D'us seja exaltado e santificado!"
Ouvindo isto, todos irromperam em lágrimas. O chassid relatou que aquele Yom Kipur foi o mais empolgante de toda sua vida.
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Repetindo a si mesmo
"Por que," retorquiu o Maguid, "você repete os mesmos pecados de novo e de novo?"
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Um passo por vez
"Rebe, trabalhei tanto durante toda minha vida para fazer teshuvá (arrependimento), e mesmo assim não consigo notar a menor alteração em meu caráter. Que posso fazer?"
Rabi Avraham replicou: "Imagine um homem que está preso no barro até os tornozelos. A cada passo que dá, afunda novamente no barro. Talvez pense que não está conseguindo nada com estes passos, mas a verdade é que cada passo o aproxima mais da terra seca."
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segunda-feira, 7 de abril de 2008
Pausa!
Chaverim muito em breve voltarei a postar. Chibukim!!!!!
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sábado, 20 de outubro de 2007
O Shofar e o Muro
Ao longo da história, houve vezes em que os judeus colocavam em risco a vida para tocar o shofar, em Yom Kipur, junto ao Kotel. assim foi durante o mandato britânico na então palestina, como relata em suas memórias o rabi Moshe Segal.
Fiquei atento aos sussurros e pensei, com meus botões: Será possível privar-nos do som do shofar que acompanha a nossa proclamação da Soberania Divina? Será possível privar-nos do toque do shofar, símbolo da redenção de Israel? É bem verdade que o toque do shofar ao término do Yom Kipur era apenas um costume, mas, de qualquer maneira, "um costume judaico equivale a um mandamento da Torá"! Aproximei-me do Rabi Yitzchak Horenstein, que fazia as vezes de rabino de nossa "congregação", e lhe disse:
"Dê-me um shofar".
- "Para quê?"
- "Vou tocá-lo".
- "O que você está dizendo? Não está vendo os policiais?"
- "Pois eu vou fazê-lo soar".
O Rabino se afastou de mim, abruptamente, não sem antes lançar um olhar para o pequeno púlpito do lado esquerdo, bem no fundo da ruela. Logo entendi que o shofar estava lá dentro. Quando chegou a hora do toque do shofar, fui até a pequena armação de madeira e me inclinei sobre a mesma.
Abri a gaveta e fiz o shofar escorregar para dentro da manga do paletó, escondendo-o. Pronto; estava já em minha posse, mas, e se eles me vissem antes de eu ter a chance de soprá-lo? À época, eu ainda era solteiro e, pelo costume asquenazita, não podia usar o talit. Voltei-me para a pessoa que rezava ao meu lado e lhe pedi emprestado o dele. Meu pedido deve ter-lhe parecido estranho, mas, como os judeus são um povo bondoso, ainda mais nos momentos mais sagrados do mais sagrado dos dias, ele me entregou o seu xale de orações, sem dizer palavra.
Envolvi-me com o seu talit. Naquele momento, então, senti que havia criado um domínio privado, só meu. Em meu redor, prevalecia um governo estrangeiro que governava o povo de Israel até mesmo em seu dia mais santificado. E, apesar de estarmos no local mais santificado para a nossa fé, não tínhamos a liberdade de servir a nosso D'us. Só que, sob este talit, o domínio era outro, por completo; era outra realidade. Aqui não estava sob o domínio de nenhum outro a não ser o meu Pai Celestial. Aqui eu faria o que ele me ordenava - e não havia força na Terra que me impedisse de fazê-lo. Quando foram proclamados os versos finais da oração de Neilá - "Escuta, ó Israel", "Abençoado o Seu Nome" e "o Eterno é D'us Único" - agarrei o shofar e fiz soar um toque longo, nítido, triunfal. Tudo aconteceu muito rapidamente. Muitas mãos me agarravam. Tirei o talit que me cobria a cabeça e deparei-me com o comandante da polícia, que ordenou a minha prisão.
Levaram-me à kishla, a prisão da Cidade Velha, e um policial árabe foi destacado para fazer a minha guarda. Muitas horas se passaram. Ninguém me deu comida nem água para quebrar o jejum. À meia-noite, o policial recebeu ordens de me libertar - e o fez sem dizer palavra.
Foi então que eu soube que o Rabino-chefe da Terra Santa, Rabi Avraham Yitzchak Kook, informado da minha prisão, contatara imediatamente o secretário do Alto Comissariado sobre a Palestina, pedindo a minha soltura.
Ao ver recusado o seu pedido, afirmou que ele continuaria jejuando e não quebraria o jejum do Dia Santo até que eu fosse libertado. O Alto Comissário resistiu durante várias horas, mas, por respeito ao Grã-rabino, sem outra opção acabou cedendo.
Nos dezoito anos que se seguiram até a conquista árabe da Cidade Velha, em 1948, o shofar soaria no Kotel, a cada Yom Kipur, tocado por homens que sabiam que seriam presos por sua parcela de responsabilidade em reivindicar o nosso direito à mais sagrada de todas as nossas posses.
Os ingleses logo entenderam o significado daquele toque imponente; sabiam que era o que derrubaria, definitivamente, o seu mandato sobre a nossa terra, da mesma forma como as muralhas de Jericó tinham ruído ante o som do shofar de Josué. E fizeram tudo que estava em seu poder para evitá-lo.
Tradução e adaptação: Lilia Wachsmann
Este texto é um trecho das memórias do Rabi Moshe Segal (1904-1985), Chassid do movimento Lubavitch, muito atuante na luta pela libertação da Terra Santa do domínio britânico.
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segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Benção de Aaron na trilha sonora e 24 hs do Céu de Haifa.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2007
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
O zelo pelo nome de D´us
Não tomarás o nome do Senhor teu D´us em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. Ex. 20:7
Este tema, acredito eu, ser de uma importância relevante, pois se trata do cuidado especial que devemos ter com o nome de D´us.
- Outro dia estávamos alguns amigos e eu andando pela rua e no caminho vimos uma lanchonete comum como as outras a não ser pelo detalhe de que na placa estava escrito "Adonai Lanches". Ao ver a placa nós nos questionamos se aquilo era correto. E a partir disso veio a idéia de relembrar a santidade do nome de D´us.
ESTUDO:
Em primeiro lugar vamos saber por que o D´us de Israel é chamado de vários nomes como:
• Ado'nai - Senhor meu
• El Shaddai - acróstico de "Shomer Daltot Israel" O Guardião dos portões de Israel
• O Eterno
• HaShem - O Nome
entre outros.
Essas formas de chamar a D´us são sagradas pois referem ao próprio D´us. Mas nenhuma delas é o verdadeiro nome.
Então porque nós não falamos o nome verdadeiro de D´us?
É por que o homem esqueceu como pronunciá-lo.
Na época dos nossos patriarcas Abraão e Itzaque o nome era conhecido e pronunciado em culto, e na época de Moises era grafado na forma do tetragrama: Yud, Hei, Vav, Hei.
Ai você se pergunta: se sabemos como Ele é escrito porque não o lemos?
É simples, por que esta é uma palavra grafada em hebraico[ ivrit ] e sabemos que no hebraico não há grafia de vocais, exceto pelas representações quase modernas das vogais I,O e U chamadas amotkeriá[Forma singular] e do sistema moderno de grafia usando representações gráficas chamadas necudot, mas que só ajudam na leitura de palavras já conhecidas. Sendo assim fica praticamente impossível ler o nome de D´us sem conhecê-lo antes. Ainda assim alguns tentaram traduzir como Yaveh ou Jeová , mas que não correspondem ao real nome [mas mesmo não sendo traduções corretas não deixam de ser referencias ao nome de D´us].
Para que o "Nome" fosse esquecido bastou basicamente duas atitudes humanas
somadas a adoração.
Uma foi o zelo total pelo mandamento de Ex. 20:07 [ Não tomarás o nome do Senhor teu D´us em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. ].
Com isso o povo de Israel para não tomar o nome de D´us em vão quase não
pronunciava o Seu nome. Fazendo isso somente nos ritos religiosos.
A outra ocorreu no tempo da Rainha Ester. O nome de D´us deixou de ser escrito. Por que o povo de Israel estava em constante transição, pois não estavam em Canaã e sim na Medo-Pérsia. E para não correr o risco de danificar(rasgar) o Santo Nome durante os vários transportes das escrituras ele deixo de ser escrito. E com o nome de D´us deixando de ser falado e escrito não demorou muito para o homem com sua natureza caída o esquecesse.
Isso prova que Israel, mesmo com a natureza pecaminosa tinha um respeito
especial com o Santo nome. Por isso até hoje escrevemos D`us desse forma e não da forma completa.
Alguns pontos que nós devemos ter uma atenção especial.
• As referencias a D´us seja como Ado´nai, El Shaddai ou outras são sagradas e devemos ter um respeito mais que especial a elas.
• O nome de D´us não deve ser rebaixado a um nome de padaria, lanchonete, loja, estampa em camisa , etc.
Pontos para pensar:
• Se você tem uma camisa ou outra peça de roupa com uma estampa escrito Adonai, El Shaddai, o que você faz com ela quando já não serve pra vestir? - Joga a roupa com o nome de D´us no lixo? Usa a como pano de Limpeza?
• Qual seria sua reação ao entrar em um lugar chamado: "Lanchonete D´us"? -
Você acha que o santo nome de D´us estará sendo honrado em uma placa de padaria, loja ou lanchonete? [ da mesma forma com os outros nomes de D´us ].
Não tomarás o nome do Senhor teu D´us em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. Ex. 20:7
Que o Eterno de Israel possa nos abençoar nos dando sabedoria para honrarmos o Seu Santo Nome.
Baruch Atah Ado`nai - Bendito sejas tu Senhor.
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sexta-feira, 10 de agosto de 2007
A "Batalha" nas variaveis de Aleph
Mais a diante estudaremos alguns exemplos desses mistérios.
Chibukim(Abraços).
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sexta-feira, 27 de julho de 2007
O que é a B’nai B’rith?
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domingo, 8 de julho de 2007
Como funciona o calendário judaico?
O calendário judaico é baseado no ciclo da Lua, mas considera também o ano solar. No calendário gregoriano – que é baseado apenas no ciclo solar - o ano bissexto inclui a data de 29 de fevereiro. Já no calendário judaico, sete de cada dezenove anos incluem um mês adicional(Adar II).
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sábado, 7 de julho de 2007
O DOUTOR SPOCK E O JUDAÍSMO.
²- Criptojudeus é o nome utilizado para descrever indivíduos de religião judaica que, nas perseguições religiosas do final do século XV em Portugal e Espanha, foram obrigados a converter-se ao Cristianismo (tornando-se o que os cristãos discriminavam como cristãos-novos) e continuaram a seguir o judaísmo, só que secretamente.
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domingo, 24 de junho de 2007
sexta-feira, 22 de junho de 2007
TEHILIM / SALMOS
Não foi como famoso guerreiro ou rei poderoso que David conquistou o eterno amor de nosso povo e mesmo o de todos os povos do mundo, mas sim como o autor do Tehilim, o Livro dos Salmos, a mais doce poesia de Israel.
Os salmos são hinos de louvor a D'us. Falam da grandeza de D'us, Sua bondade, de Seu poder e de Sua justiça. David abre seu coração nesses salmos e confessa sua mais sincera e pura confiança apenas em D'us. Muitos dos salmos são preces e súplicas a D'us, que o rei David orava em momentos de dificuldade. Alguns contêm bons conselhos, indicando o caminho da verdadeira felicidade através da virtude e do cumprimento dos mandamentos de D'us. Deste modo, eles refletem todos os incidentes que podem ocorrer na vida, tanto ao indivíduo quanto a nação judaica.
O Livro dos Salmos está dividido em cinco partes, paralelas aos cinco livros de Moshê, e ainda subdividido em sete partes, uma para cada dia da semana, e ainda em 30 divisões, para cada dia do mês. Muitos judeus costumam dizer uma porção dos salmos a cada dia após as orações matinais, completando assim toda a seqüência no decorrer de uma semana, ou de um mês. Há também uma tradição de recitar diariamente o capítulo que corresponde a idade que a pessoa irá completar.
ALGUNS DOS MEUS TEHILIM(SALMOS) PREFERIDOS
A lei do ETERNO é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do ETERNO é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Salmos 19:7
A boca do justo fala a sabedoria; a sua língua fala do juízo. Salmos 37:30
A minha boca falará de sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento. Salmos 49:3
Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. Salmos 51:6
O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre. Salmos 111:10
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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
O que é uma mechitsá?
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terça-feira, 23 de janeiro de 2007
Judeus Etiopes - Quem disse que não existem judeus negros??? - Beta Israel
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domingo, 21 de janeiro de 2007
Chabad
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sábado, 20 de janeiro de 2007
Cultura - Casamento
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segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
Doze Filho / Tribos
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sábado, 16 de dezembro de 2006
Chanukah - Festa das Luzes - CHAG CHANUKAH SAMEACH!
Significado
Literalmente, "Inauguração".A festa recebeu este nome em comemoração ao fato histórico de que os macabeus "chanu" (descansaram) das batalhas no "cá" (25º dia) de Kislêv.
Quando comemora-se
Em 25 de Kislêv. Neste ano (2006), a primeira vela é acesa no dia 15 de dezembro, antes das velas de Shabat.
Duração
8 dias.
Por que comemora-se
Antiocus, rei da Síria, governou a Terra de Israel depois da morte de Alexandre, o Grande. Pressionou os judeus a aceitarem a cultura greco-helenista, proibindo o cumprimento das mitsvot (preceitos) da Torá e forçando a prática da idolatria pagã. Antiocus foi apoiado por milhares de soldados de seu exército. Em 165 AEC, os Macabeus, corajosos lutadores oriundos de uma família de muita fé, os Chashmonaim, apesar do antagonismo esmagador, saíram vitoriosos de uma batalha travada contra o inimigo. O Templo Sagrado, violado pelos rituais greco-pagãos, foi novamente purificado e consagrado e a Menorá (candelabro) reacesa com o azeite puro de oliva, descoberto no Templo.
A quantidade encontrada era suficiente para apenas um dia, mas milagrosamente durou 8 dias, até que um novo óleo puro pudesse ser produzido e trazido ao Templo.
Em lembrança destes milagres comemoramos Chanucá durante oito dias.
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2006
A força de Chanukah vem de muito antes.
No dia 25 de Kislêv (data hebraica deste shabat), no ano de 2449 (1312 AEC), foi completada a construção de vários componentes do Mishkan – o mini-Templo, construído sob a liderança de Moisés, pelos Filhos de Israel no deserto do Sinai. Nossos Sábios ensinam que D’us recompensou o povo judeu por esse feito: 12 séculos mais tarde, após a vitória sobre os gregos, os Macabeus re-dedicaram o Templo Sagrado no dia 25 de Kislêv (ano 3622). De fato, esta data é o primeiro dia de Chanukah.
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terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Um passo por vez.
Rabi Yisrael Zalman de Charchov, um discípulo de Rabi Avraham de Slonim, certa vez reclamou com Rabi Avraham:"Rebe, trabalhei tanto durante toda minha vida para fazer teshuvá (arrependimento), e mesmo assim não consigo notar a menor alteração em meu caráter. Que posso fazer?"Rabi Avraham replicou: "Imagine um homem que está preso no barro até os tornozelos. A cada passo que dá, afunda novamente no barro. Talvez pense que não está conseguindo nada com estes passos, mas a verdade é que cada passo o aproxima mais da terra seca."
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O que quer dizer Halachah?
A palavra hebraica “Halachah” é derivada do verbo “lalech”, que significa ‘ir’. Halachah é o código de lei judaica e contém “o caminho que deve ser seguido” na vida. Uma decisão que seja conforme com a Halachah quer dizer que está de acordo com as leis e diretrizes da Torah.
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segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Pais de Moises
Moisés foi o maior profeta de todos os tempos. Sua grandeza é reconhecida não apenas pelo judaísmo, mas por outras religiões também. Seus irmãos Aaron e Miriam são figuras bíblicas bastante conhecidas. Mas como se chamavam os pais deles? Amram, o pai, e Yocheved, a mãe.
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domingo, 10 de dezembro de 2006
sábado, 9 de dezembro de 2006
Como o judaísmo encara as mulheres?
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quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Quem é? Místico...
místico1
[Do grego mystikós, pelo lat. mysticu.]
Adj.
1. Misterioso e espiritualmente alegórico ou figurado:
2. Referente à vida espiritual e contemplativa:
3. Devoto, religioso, contemplativo, piedoso.
4. Que lembra a vida ou ambiente místico (3)
S. m.
5. Aquele que, mediante a contemplação espiritual, procura atingir o estado de entendimento com a divindade.
místico2
[De misto + -ico2.]
Adj. P. us.
1. Misto (1).
2. Contíguo, anexo.
místico3
Adj. Gír.
1. Muito bom; excelente, perfeito.
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sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
Recomeço
Depois de algum tempo, volto a editar meu blog.
Apaguei todo o passado.
Bem vindos!!!
Baruch Haba!!!!
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