sábado, 20 de outubro de 2007

O Shofar e o Muro

Hoje cedo, estava lendo a ultima publicação da revista "Morasha" e encontrei este artigo com o relato pessoal do Rabi Moshe Segal em suas memorias. E foi impossivel deixar de posta-lo.

Ao longo da história, houve vezes em que os judeus colocavam em risco a vida para tocar o shofar, em Yom Kipur, junto ao Kotel. assim foi durante o mandato britânico na então palestina, como relata em suas memórias o rabi Moshe Segal.


Os ingleses haviam baixado os seguintes decretos, destinados a humilhar os judeus justamente no local mais sagrado de sua fé: é proibido rezar em voz alta para evitar que se perturbe os moradores árabes; é proibido ler de um rolo da Torá (significando que aqueles que oravam no Muro teriam que ir a uma das sinagogas no Bairro Judeu para fazer a leitura da Torá); é proibido tocar o shofar em Rosh Hashaná e Yom Kipur. O Governo britânico colocou mesmo um intenso policiamento no Kotel para garantir a aplicação das medidas. No Yom Kipur daquele ano de 1930, eu me encontrava no Muro, rezando. Durante o breve intervalo entre a oração de Mussaf e a de Minchá, ouvi de passagem umas pessoas cochichando com outras: "Onde teremos que ir para ouvir o shofar? Aqui, será impossível tocá-lo. Há tantos policiais quanto fiéis, orando...". O próprio comandante da polícia estava lá, para se assegurar de que os judeus não iriam - D'us nos livre! - fazer soar o toque longo e solitário que encerra o jejum.

Fiquei atento aos sussurros e pensei, com meus botões: Será possível privar-nos do som do shofar que acompanha a nossa proclamação da Soberania Divina? Será possível privar-nos do toque do shofar, símbolo da redenção de Israel? É bem verdade que o toque do shofar ao término do Yom Kipur era apenas um costume, mas, de qualquer maneira, "um costume judaico equivale a um mandamento da Torá"! Aproximei-me do Rabi Yitzchak Horenstein, que fazia as vezes de rabino de nossa "congregação", e lhe disse:

"Dê-me um shofar".
- "Para quê?"
- "Vou tocá-lo".
- "O que você está dizendo? Não está vendo os policiais?"
- "Pois eu vou fazê-lo soar".

O Rabino se afastou de mim, abruptamente, não sem antes lançar um olhar para o pequeno púlpito do lado esquerdo, bem no fundo da ruela. Logo entendi que o shofar estava lá dentro. Quando chegou a hora do toque do shofar, fui até a pequena armação de madeira e me inclinei sobre a mesma.

Abri a gaveta e fiz o shofar escorregar para dentro da manga do paletó, escondendo-o. Pronto; estava já em minha posse, mas, e se eles me vissem antes de eu ter a chance de soprá-lo? À época, eu ainda era solteiro e, pelo costume asquenazita, não podia usar o talit. Voltei-me para a pessoa que rezava ao meu lado e lhe pedi emprestado o dele. Meu pedido deve ter-lhe parecido estranho, mas, como os judeus são um povo bondoso, ainda mais nos momentos mais sagrados do mais sagrado dos dias, ele me entregou o seu xale de orações, sem dizer palavra.
Envolvi-me com o seu talit. Naquele momento, então, senti que havia criado um domínio privado, só meu. Em meu redor, prevalecia um governo estrangeiro que governava o povo de Israel até mesmo em seu dia mais santificado. E, apesar de estarmos no local mais santificado para a nossa fé, não tínhamos a liberdade de servir a nosso D'us. Só que, sob este talit, o domínio era outro, por completo; era outra realidade. Aqui não estava sob o domínio de nenhum outro a não ser o meu Pai Celestial. Aqui eu faria o que ele me ordenava - e não havia força na Terra que me impedisse de fazê-lo. Quando foram proclamados os versos finais da oração de Neilá - "Escuta, ó Israel", "Abençoado o Seu Nome" e "o Eterno é D'us Único" - agarrei o shofar e fiz soar um toque longo, nítido, triunfal. Tudo aconteceu muito rapidamente. Muitas mãos me agarravam. Tirei o talit que me cobria a cabeça e deparei-me com o comandante da polícia, que ordenou a minha prisão.
Levaram-me à kishla, a prisão da Cidade Velha, e um policial árabe foi destacado para fazer a minha guarda. Muitas horas se passaram. Ninguém me deu comida nem água para quebrar o jejum. À meia-noite, o policial recebeu ordens de me libertar - e o fez sem dizer palavra.
Foi então que eu soube que o Rabino-chefe da Terra Santa, Rabi Avraham Yitzchak Kook, informado da minha prisão, contatara imediatamente o secretário do Alto Comissariado sobre a Palestina, pedindo a minha soltura.
Ao ver recusado o seu pedido, afirmou que ele continuaria jejuando e não quebraria o jejum do Dia Santo até que eu fosse libertado. O Alto Comissário resistiu durante várias horas, mas, por respeito ao Grã-rabino, sem outra opção acabou cedendo.
Nos dezoito anos que se seguiram até a conquista árabe da Cidade Velha, em 1948, o shofar soaria no Kotel, a cada Yom Kipur, tocado por homens que sabiam que seriam presos por sua parcela de responsabilidade em reivindicar o nosso direito à mais sagrada de todas as nossas posses.

Os ingleses logo entenderam o significado daquele toque imponente; sabiam que era o que derrubaria, definitivamente, o seu mandato sobre a nossa terra, da mesma forma como as muralhas de Jericó tinham ruído ante o som do shofar de Josué. E fizeram tudo que estava em seu poder para evitá-lo.

Tradução e adaptação: Lilia Wachsmann
Este texto é um trecho das memórias do Rabi Moshe Segal (1904-1985), Chassid do movimento Lubavitch, muito atuante na luta pela libertação da Terra Santa do domínio britânico.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

O zelo pelo nome de D´us

Não tomarás o nome do Senhor teu D´us em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. Ex. 20:7

Este tema, acredito eu, ser de uma importância relevante, pois se trata do cuidado especial que devemos ter com o nome de D´us.

- Outro dia estávamos alguns amigos e eu andando pela rua e no caminho vimos uma lanchonete comum como as outras a não ser pelo detalhe de que na placa estava escrito "Adonai Lanches". Ao ver a placa nós nos questionamos se aquilo era correto. E a partir disso veio a idéia de relembrar a santidade do nome de D´us.

ESTUDO:

Em primeiro lugar vamos saber por que o D´us de Israel é chamado de vários nomes como:

• Ado'nai - Senhor meu
• El Shaddai - acróstico de "Shomer Daltot Israel" O Guardião dos portões de Israel
• O Eterno
• HaShem - O Nome
entre outros.

Essas formas de chamar a D´us são sagradas pois referem ao próprio D´us. Mas nenhuma delas é o verdadeiro nome.

Então porque nós não falamos o nome verdadeiro de D´us?
É por que o homem esqueceu como pronunciá-lo.

Na época dos nossos patriarcas Abraão e Itzaque o nome era conhecido e pronunciado em culto, e na época de Moises era grafado na forma do tetragrama: Yud, Hei, Vav, Hei.

Ai você se pergunta: se sabemos como Ele é escrito porque não o lemos?

É simples, por que esta é uma palavra grafada em hebraico[ ivrit ] e sabemos que no hebraico não há grafia de vocais, exceto pelas representações quase modernas das vogais I,O e U chamadas amotkeriá[Forma singular] e do sistema moderno de grafia usando representações gráficas chamadas necudot, mas que só ajudam na leitura de palavras já conhecidas. Sendo assim fica praticamente impossível ler o nome de D´us sem conhecê-lo antes. Ainda assim alguns tentaram traduzir como Yaveh ou Jeová , mas que não correspondem ao real nome [mas mesmo não sendo traduções corretas não deixam de ser referencias ao nome de D´us].

Para que o "Nome" fosse esquecido bastou basicamente duas atitudes humanas
somadas a adoração.

Uma foi o zelo total pelo mandamento de Ex. 20:07 [ Não tomarás o nome do Senhor teu D´us em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. ].

Com isso o povo de Israel para não tomar o nome de D´us em vão quase não
pronunciava o Seu nome. Fazendo isso somente nos ritos religiosos.

A outra ocorreu no tempo da Rainha Ester. O nome de D´us deixou de ser escrito. Por que o povo de Israel estava em constante transição, pois não estavam em Canaã e sim na Medo-Pérsia. E para não correr o risco de danificar(rasgar) o Santo Nome durante os vários transportes das escrituras ele deixo de ser escrito. E com o nome de D´us deixando de ser falado e escrito não demorou muito para o homem com sua natureza caída o esquecesse.
Isso prova que Israel, mesmo com a natureza pecaminosa tinha um respeito
especial com o Santo nome. Por isso até hoje escrevemos D`us desse forma e não da forma completa.

Alguns pontos que nós devemos ter uma atenção especial.

• As referencias a D´us seja como Ado´nai, El Shaddai ou outras são sagradas e devemos ter um respeito mais que especial a elas.

• O nome de D´us não deve ser rebaixado a um nome de padaria, lanchonete, loja, estampa em camisa , etc.

Pontos para pensar:
• Se você tem uma camisa ou outra peça de roupa com uma estampa escrito Adonai, El Shaddai, o que você faz com ela quando já não serve pra vestir? - Joga a roupa com o nome de D´us no lixo? Usa a como pano de Limpeza?

• Qual seria sua reação ao entrar em um lugar chamado: "Lanchonete D´us"? -
Você acha que o santo nome de D´us estará sendo honrado em uma placa de padaria, loja ou lanchonete? [ da mesma forma com os outros nomes de D´us ].

Não tomarás o nome do Senhor teu D´us em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. Ex. 20:7

Que o Eterno de Israel possa nos abençoar nos dando sabedoria para honrarmos o Seu Santo Nome.

Baruch Atah Ado`nai - Bendito sejas tu Senhor.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A "Batalha" nas variaveis de Aleph

A "Batalha" nas variaveis de Aleph (Primeira letra do alfabeto Hebraico). A história atraves das letras. - No estudo profundo do Ivrit/Hebraico conhecemos tambem o poder criador das palavras. As palavras estão completamente ligadas ao poder criador/destruidor. Isso não é SUPERSTIÇÃO é sim o conhecimento do misterio das letras. Ou você sabe pq o Eterno trocou o nome de Abrão/Avram para abraão/Avraham ??? entre outros varios casos. A percepção da batalha Bem x mal atraves de uma unica letra é só um dos varios exemplos de que o idioma Hebreu possui misterios que que ajudam a revelar o conhecimento completo das Escrituras.
Mais a diante estudaremos alguns exemplos desses mistérios.
Chibukim(Abraços).

sexta-feira, 27 de julho de 2007

O que é a B’nai B’rith?

A B’nai B’rith (literalmente, os Filhos da Aliança) é, hoje em dia, uma das maiores organizações mundiais judaicas. Fundada em 1843 por doze judeus, a B’nai B’rith tem como objetivo ajudar os judeus de todo o mundo. Suas atividades são filantrópicas e incluem a construção de hospitais, escolas, orfanatos, lares para idosos e outras obras e programas de caridade.

domingo, 8 de julho de 2007

Como funciona o calendário judaico?

O calendário judaico é baseado no ciclo da Lua, mas considera também o ano solar. No calendário gregoriano – que é baseado apenas no ciclo solar - o ano bissexto inclui a data de 29 de fevereiro. Já no calendário judaico, sete de cada dezenove anos incluem um mês adicional(Adar II).

sábado, 7 de julho de 2007

O DOUTOR SPOCK E O JUDAÍSMO.

O ator que representava o Dr. Spock em Jornada nas estrelas (Star Trek), Leonard Nimoy é judeu, e pra compor seu personagem queria colocar algo judaico. Então usou como comprimento vulcaniano a forma de mãos usada na imposição das mãos da bênção do Sumo Sacerdote (Cohen Gadol)¹. Esse cumprimento também era usado pelos “Cripto Judeus²” da idade media que o usavam para se identificar. (como os comprimentos das ordens secretas hoje).


¹- (Sumo Sacerdote - כהן גדול) O mais alto posto religioso do antigo povo de Israel. O sumo sacerdote coordenava o culto e Serviço Religioso, primeiro no tabernáculo do deserto, depois no Templo de Jerusalém ( בית המקדש, Beit HaMikdash). De acordo com a tradição bíblica, apenas os descendentes de Arão, irmão de Moisés, poderiam ser elevados ao cargo, ainda que posteriormente esta norma foi abolida por eventos políticos.
²- Criptojudeus é o nome utilizado para descrever indivíduos de religião judaica que, nas perseguições religiosas do final do século XV em Portugal e Espanha, foram obrigados a converter-se ao Cristianismo (tornando-se o que os cristãos discriminavam como cristãos-novos) e continuaram a seguir o judaísmo, só que secretamente.

domingo, 24 de junho de 2007

Shabbes Kodesh

sexta-feira, 22 de junho de 2007

TEHILIM / SALMOS

Não foi como famoso guerreiro ou rei poderoso que David conquistou o eterno amor de nosso povo e mesmo o de todos os povos do mundo, mas sim como o autor do Tehilim, o Livro dos Salmos, a mais doce poesia de Israel.

Os salmos são hinos de louvor a D'us. Falam da grandeza de D'us, Sua bondade, de Seu poder e de Sua justiça. David abre seu coração nesses salmos e confessa sua mais sincera e pura confiança apenas em D'us. Muitos dos salmos são preces e súplicas a D'us, que o rei David orava em momentos de dificuldade. Alguns contêm bons conselhos, indicando o caminho da verdadeira felicidade através da virtude e do cumprimento dos mandamentos de D'us. Deste modo, eles refletem todos os incidentes que podem ocorrer na vida, tanto ao indivíduo quanto a nação judaica.

O Livro dos Salmos está dividido em cinco partes, paralelas aos cinco livros de Moshê, e ainda subdividido em sete partes, uma para cada dia da semana, e ainda em 30 divisões, para cada dia do mês. Muitos judeus costumam dizer uma porção dos salmos a cada dia após as orações matinais, completando assim toda a seqüência no decorrer de uma semana, ou de um mês. Há também uma tradição de recitar diariamente o capítulo que corresponde a idade que a pessoa irá completar.

ALGUNS DOS MEUS TEHILIM(SALMOS) PREFERIDOS

A lei do ETERNO é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do ETERNO é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Salmos 19:7

A boca do justo fala a sabedoria; a sua língua
fala do juízo. Salmos 37:30

A minha boca falará de sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento. Salmos 49:3

Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. Salmos 51:6

O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre. Salmos 111:10

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

O que é uma mechitsá?

Uma mechitsá é uma divisória que separa os homens das mulheres numa sinagoga, mas permite que ambos acompanhem a cerimônia religiosa. Desde a época do Grande Templo de Jerusalém, havia uma divisão entre homens e mulheres durante as rezas.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

domingo, 21 de janeiro de 2007

Chabad

"CHABAD (Lubavitch), um dos maiores movimentos judaicos, é um acrônimo das palavras “Chochma” (Sabedoria), “Binah”(Compreensão) e “Daat” (Conhecimento). Este acrônimo simboliza a filosofia intelectual do movimento chassídico Chabad-Lubavitch."

sábado, 20 de janeiro de 2007

Cultura - Casamento

"As tradições seguidas nos casamentos judaicos advêm das histórias bíblicas de nossos antepassados. O Livro de Gênese - o primeiro livro da Torá - revela que quando a matriarca Rebecca viu seu marido, Isaac, pela primeira vez, ela cobriu seu rosto com um véu. É deste episódio na história judaica que surgiu a tradição de cobrir o rosto da noiva antes da cerimônia de casamento. Em hebraico, este ritual é chamado de badeken – literalmente, o encobrimento."

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Doze Filho / Tribos

"Os doze filhos do patriarca Yaacov foram os pais das doze tribos de Israel. É interessante que o horóscopo e a astrologia são baseadas nos atributos e qualidades de cada um desses doze filhos. Yaacov teve filhos com suas quatro esposas: Leah, Rachel, Bilah e Zilpah. Os filhos de Leah foram Reuven, Shimon, Levi, Yehudah, Issachar e Zebulun; os filhos de Rachel foram Yosef e Biniamin; os filhos de Bilah foram Dan e Naftali; e os filhos de Zilpah foram Gad e Asher."